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Um olhar sobre a Difusão de Inovações.

Foto do escritor: Kadu SousaKadu Sousa

Atualizado: 6 de out. de 2021

A década de 60 foi um período conturbado para a sociedade global. A Guerra Fria acelerou a competição científica e cultural entre o bloco Socialistas e as democracias Liberais, o que provavelmente criou o ambiente propício para que dois estudiosos americanos separados por 2.500 km de distância desenvolvessem teorias que iriam marcar o futuro dos respectivos campos de atuação.

Everett M. "Ev" Rogers foi um eminente teórico da comunicação e sociólogo americano da Ohio State University, originou a Lei da Difusão da Inovação no seu livro homônimo, lançado em 1962. Enquanto era professor assistente de sociologia rural, Rogers propôs que os adotantes de qualquer inovação ou ideia podem ser categorizados como Inovadores (2,5%), Primeiros Adeptos (13,5%), O Abismo, Maioria Inicial (34%), Maioria Tardia (34%) e Retardatários (16%), estudo o qual foi desenvolvido com base na função matemática conhecida como Curva de Bell.

Enquanto isso, Gordon Earle Moore, químico estadunidense com um Ph.D. em química e física pela Caltech - Instituto de Tecnologia da Califórnia em 1954 e cofundador da Intel Corporation em 1968, constatou que a cada 18 meses a capacidade de processamento dos computadores aumentaria 100%, ou seja, dobraria, enquanto os custos permaneceram os mesmos. Desta forma, dali a um ano e meio seria possível comprar um chip com o dobro da capacidade de processamento pelo mesmo preço que pagariam anteriormente.


A Lei de Moore como ficou conhecida posteriormente foi publicada na revista Eletronic Magazine de 19 de abril de 1965 e se manteve correta pelas 5 décadas seguintes, onde foi revisada e analisada por diversos estudiosos que adicionaram novos paradigmas.

Ray Kurzweil, em seu ensaio "A Teoria das Mudanças Aceleradas" de 2001, estende a Lei de Moore para descrever um crescimento exponencial também para tecnologias baseadas na informação, conhecida como Lei dos Retornos Acelerados.

Já em 2016, Peter Diamandis desenvolve em seu livro "Bold" o próximo passo desta análise futurista, com base na Lei de Moore e a Lei dos Retornos Acelerados ele traz o modelo chamado 6D’s Exponenciais, que divide a curva em seis etapas principais: Digitalização, Decepção, Disrupção, Desmonetização, Desmaterialização e Democratização.


As Leis da Difusão da Inovação, Moore e dos Retornos Acelerados de alguma forma possuem elementos teóricos em seus tratados que as conectam e neste ponto é importante compreender que frequentemente observamos em nosso cotidiano uma confusão quanto à aplicação dos termos ‘teoria’, ‘lei’ e ‘hipótese’. Algumas vezes a aplicação errada é consequência do tempo em que o estudo foi realizado, quando tratam hipótese e teoria como uma opinião, um ponto de vista em relação a algo. Porém, opiniões não representam a verdade para a ciência, para isso, precisamos seguir uma série de etapas que constituem o Método Científico e os conceitos de teoria, lei e hipótese fazem parte desse método, pois há uma hierarquia do conhecimento que diz respeito ao nível de saber científico.

  • · Hipótese: As hipóteses são especulações, previsões sobre um determinado fenômeno da natureza e como ele se comporta.

  • · Achado: Os achados são resultados efetivamente constatados via observação ou experimentação e não apenas especulações plausíveis.

  • · Modelo: Os modelos científicos apresentam uma estrutura lógica mapeada ao resultado empírico, permitindo previsões cuja confiabilidade pode ser aferida.

  • · Teoria: Já as teorias permitem não apenas previsões acerca de um dado fenômeno, mas também a identificação de eventuais ações de controle.

  • · Lei: É o nível mais alto do saber científico, tendo todo o alcance funcional de uma teoria, mas com um grau muito maior de confirmação empírica e, consequentemente, de confiabilidade e robustez.

A hipótese das conexões entre tais leis pode fornecer base para o desenvolvimento de uma teoria que forneça um entendimento mais próximo da realidade do caminho da adoção de novas tecnologias na sociedade moderna, já que a enorme desigualdade social em países subdesenvolvidos coloca o status individual das leis em xeque-mate, visto que porções da população aderem em ritmos diferentes conforme o seu acesso social e financeiro a tais inovações.


Trecho de texto pessoal objeto de um estudo / ENSINO Egoísta!

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